sábado, 10 de julho de 2010

Magoma!!!

Finalmente conheci Magoma. Chacoalhamos por cerca de uma hora em uma estrada de terra e fomos avistando dezenas de pequenos povoados formados por cerca de 10 casas de barro. Após algum tempo lá estava a placa que carrega o nome de Magoma.
O vilarejo é pequeno e conhecemos a casa em que eu e Kristina vamos ficar. Há algumas outras mulheres lá, todas bastante ativas na comunidade. O custo mensal será de TSH40000 por mês (US$34) para cada uma de nós. A casa é linda, uma das mais bem estruturadas do vilarejo, tem até algumas flores no quintal. Eu e Kristina dividiremos um quarto, provavelmente uma cama de casal para as duas. E o banheiro é um capítulo a parte porque ainda não aprendi a usar esses banheiros tipo “buraco no chão”. Tenho certeza que em 6 meses serei expert no assunto mas por enquanto ainda fico completamente desajeitada, especialmente porque usamos longas saias todos os dias já que mulheres não usam calças e muito menos qualquer roupa acima dos joelhos.
Almoçamos entre umas 20 pessoas, dentro da igreja, após uma longa reunião de apresentações e troca de idéias. E aqui entra um ponto importante: houve um momento em que o Projeto Magoma esteve em risco. A comunidade local não parecia estar preparada para nos receber e Ronan, o terceiro membro da equipe, decidiu abandonar o projeto, assim como uma das coordenadoras do Projeto Korogwe.
Eu batalhei muito para que não fôssemos simplesmente movidos para Korogwe e incorporados ao outro projeto, ainda que tenhamos trabalhado juntos nos últimos meses. E depois de 2 meses batalhando para que o Projeto Magoma existisse, ali estava eu almoçando em Magoma. E a comunidade local não só estava preparada como ansiosa para nos receber :)
Para mim, hoje ficará marcado como o dia em que me senti em casa chegando a um lugar cuja minha única referência era o nome. Aparentemente encontrei meu lugar no mundo, pelo menos pelos próximos 6 meses. Obrigada por me darem pernas (e asas) para estar aqui :)
Algumas questões culturais que vale a pena mencionar: os talheres foram ficando cada vez mais raros e o natural aqui é comer com as mãos (com a mão direita por ser desrespeitoso tocar a comida com a mão esquerda). Ainda encontramos colheres de vez em quando, mas não vejo garfos desde que saí de Dar.
Antes de cada refeição passa uma pessoa com uma bacia e um jarro de água, para que lavemos as mãos (ritual que se repete ao final da refeição).
Baixas do dia: Andrew e Kristina estão com algum tipo de problema estomacal e deitados passando mal.

Um comentário:

  1. Ana , ajudamos com as pernas para se tornarem suas asas e agora estão os olhos e os ouvidos aqui contigo. :) Obrigada pelos textos ricos de detalhes, todo mundo respirou aliviado com os primeiros posts! bjssss e como diz a minha vó : boa sorte ! Chris Leal

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