quarta-feira, 7 de julho de 2010

Korogwe

Pegamos o ônibus para Korogwe antes de o sol nascer. A viagem levou quase 6 horas mas o tempo passou rápido. O ônibus era bem melhor do que esperamos que fosse apesar de não ser possível reclinar a poltrona. A parada na estrada foi uma bagunça, as pessoas não fazem fila no banheiro, vão se empurrando até entrar. E encontrei meu primeiro banheiro tipo buraco no chão.
Korogwe é mais aconchegante que Dar, cerca de 40.000 pessoas vivem aqui. A guest house em que estamos é fantástica para o padrão tanzaniano. Aqui, e na estrada, quase todas as casas são de pau-a-pique. As crianças estão sempre sorrindo pra nós descalças e com as roupas sujas de terra.
Compramos suprimentos no mercado, que se parece com uma feira de rua brasileira só que ao invés das barracas, os produtos (e as pessoas) ficam sentadas em panos no chão. Há uma parte do mercado para roupas, algumas vezes usadas, e outra para comida. A parte da comida se divide entre bancadas de madeira separadas por corredores estreitos e esburacados e panos no chão cobertos de tomates e outros vegetais. Na casa do Yakub, nosso parceiro tanzaniano que conheci no treinamento em Boston, cozinhamos um jantar para celebrar a independência americana (4th July) e nossa chegada a campo. Conheci Canon Komba e John Mtambo. John Mutambo, que eles chamam de Sócrates africano, é a pessoa que eu mais estava ansiosa para conhecer. Ele tem por volta de 1,90, barba e cabelos brancos, um sorriso gigantesco e uma pele bem negra. É um poço de carisma e de sabedoria, dedicou toda a sua vida à agricultura e a desenvolver sua comunidade, é respeitado por todos e conhece praticamente toda a Tanzânia. E além de tudo é uma simpatia.
O “cultural factor” se mostrou presente em todo o jantar, mais com a equipe norte-americana do que com os tanzanianos. Aliás, Brasil e Tanzânia estão bem mais próximos do que Brasil e Estados Unidos e, principalmente, Tanzânia e Estados Unidos. No final tudo sempre se ajeita, e foi o que aconteceu.

Um comentário:

  1. Ana, como foi conhecer o John Mutambo? Até eu estou curiosa pra saber os pensamentos dele! hehehe Acho que os americanos estão sempre distantes de outras culturas, deve ser parte da cultura deles. Mas o fato é que pessoas são pessoas em qualquer lugar do mundo, uma hora eles acordam pra esta realidade e coligam melhor com os tanzanianos. Tudo tem sem tempo, né? Beijos

    ResponderExcluir