Estou sem conexão há vários dias então estou escrevendo o blog localmente no meu computador e pretendo postar diversas notícias na primeira oportunidade. Por isso, não estranhem o surgimento de vários blogs de uma vez, é minha melhor chance de manter as notícias atualizadas.
Os últimos dias foram bastante interessantes pois tivemos a oportunidade de conhecer muito da cultura local, conversar com muitas pessoas e praticar um pouco de Swahili. Minha prioridade neste momento é aprender Swahili para melhorar minha comunicação com a comunidade – sinto muito não ter tido tempo de me dedicar a isso antes de vir para a Tanzânia, mas acho que todos que acompanharam os últimos meses entendem que realmente não foi possível. Aparentemente há um software gratuito que pode me ajudar, assim que eu conseguir conexão tentarei baixá-lo (caso alguém se interesse, o nome é BYKI).
Korogwe é bem menor que Dar es Salaam e mais aconchegante. Nós rodamos bastante, a cidade fica à beira de uma rodovia e tudo é bem simples aqui. Conheci alguns lugares interessantes como um mercado de bois, onde as pessoas comercializam bois e vacas. Estamos visitando lugares tão isolados que as pessoas apontam para nós e dizem “mzungu” (que significa pessoas brancas) e caem na gargalhada. Os problemas passam pela inexistência de coleta de lixo, falta de saneamento (que eu ainda estou tentando entender como funciona), todas as doenças relacionadas e mosquitos, entre várias outras coisas. A energia simplesmente acaba diversas vezes ao dia, agora mesmo estou escrevendo no escuro pois estamos no segundo apagão do dia.
Mas no meio disso tudo eu tenho visto as crianças mais doces do mundo, sorrindo e acenando sempre que passamos, os adultos curiosos nos dizendo “jambo”, “habari” ou “salama”, várias maneiras de dizer olá, ou “shikamoo” que é um cumprimento respeitoso. Os sorrisos, mesmo quando estão rindo para nós (e de nós), são sempre deliciosos. Nós simplesmente não conseguimos passar despercebidos, mesmo quando estamos de costas para as pessoas elas sabem que somos estrangeiros. E isso serve para mim também, que sou brasileira e bem menos branca que meus companheiros de equipe.
A Kwagiliga Farm, onde o Projeto Korogwe foi implementado ano passado, foi um capítulo a parte. Nós fomos recebidos e levados para caminhar por toda a plantação de cada um dos líderes comunitários, visitando lavouras de milho, melancia, tomates, alguns pés de laranja, uma jaqueira e um pouco de cana-de-açúcar. As pessoas nos trataram como convidados de honra e pudemos comer uma melancia (pequenas, do tamanho de um melão) no pé. Também nos serviram duas laranjas por pessoa. Isso em um lugar em que as pessoas vivem sem eletricidade, as casas são todas de pau-a-pique e as crianças tem a tarefa de passar todos os dias cuidando da lavoura para que os pássaros não comam aquilo que será sua comida em alguns meses. Quando voltamos ao centro do vilarejo fomos alimentados, que é maneira de nos dizerem “karibuni” (bem-vindos). A refeição estava deliciosa, arroz e feijão com um copo de chá.
Depois tivemos um encontro com todos os líderes comunitários, cerca de 15 pessoas, para apresentações e cometários sobre o projeto.
Para fechar o dia, tivemos um futebol com a garotada, com uma bola feita de sacos plásticos amarrados por cordas. E todos se divertiram como nunca.
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