sábado, 10 de julho de 2010

Planejando nossa ida para Magoma e Lutindi

Lindsay está doente hoje, a vez de ela ter que lidar com os problemas estomacais. E Yakub, que perdeu a mãe ontem e está com malária, estava trabalhando na oficina como se nada tivesse acontecido.
A equipe de Lutindi comprou tudo que precisa para sua ida a Lutindi, como panelas, pratos, comida (aparentemente não há um mercado em Lutindi) e tudo mais que eles conseguiram pensar ser necessário. Eu e Kristina tivemos uma reunião com Kanon Komba, para extrair a maior quantidade possível de informações sobre Magoma.
Aparentemente, Magoma é uma sociedade dividida por razões históricas. Há os nativos de Magoma e muitas pessoas que vieram de fora trabalhar na plantação de sisal quando ela ainda era lucrativa. Além disso, há muçulmanos e cristãos em uma proporção de 50% para cada religião e 4 grandes áreas que são Magoma, Kerenge, Mashewa e Kisara. Por ser uma região de fronteira de distritos, há diversas pequenas vilas dentro dessas áreas, algumas dezenas. E nós teremos que pensar em possibilidades que unifiquem essas pessoas e tragam benefícios para todos.
Nos próximos dias, nos dedicaremos a fazer muitos contatos, especialmente com as pessoas-chave que vivem em Korogwe, para coletar idéias e pensamentos. Temos que ser vistos, e nos sentir, parte da comunidade, para lidar com as situações e conhecer bem as fraquezas e forças de cada atividade. Ontem à noite eu trabalhei em traduzir meus modelos de negócios, aprendidos na FGV, para poder conversar sobre isso com meus colegas americanos. Análise SWOT, Matriz BCG e, minha favorita, Matriz de Stuart Hart, serão muito úteis por aqui. Temos que encontrar um equilíbrio entre as plantações de sisal, mercado decadente que pertence ao governo, as plantações de subsistência, que são a segurança das pessoas contra a fome, e os novos produtos que podemos implementar para que seja possível trazer algum tipo de alívio à situação de extrema pobreza.
As pessoas de Magoma nos querem como parte da comunidade e isso significa que não teremos tradutores ou intermediários. Isso me deixa muito feliz, pois não queria um filtro entre nós e as pessoas. Isso também aumenta minha pressão para aprender Swahili – ainda que Kristina fale um bom Swahili (aprendeu na faculdade) não quero depender dela para me comunicar todo o tempo. Como nossas noites em Magoma serão beeeem pacatas, combinamos algumas aulas noturnas de Swahili.

Alguns outros custos:
O café-da-manhã de hoje foi shapati (parece uma panqueca feita de trigo) e chai (chá com especiarias) e ficou em TSH400 (US$0,33).
A água de 1,5L custa TSH1000 (US$0,85).

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