segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Estudantes superstars!

Os estudantes são superstars!

Clique aqui para ver as fotos da nossa semana de atividades educativas e super divertidas.

Semana passada, iniciamos nosso plano de atividades para os estudantes. Nosso objetivo é agressivo, uma atividade por semana para cada série envolvendo educação e agricultura e expondo os alunos a experiências que não fazem parte do currículo escolar regular.

Os alunos estão, cada vez mais, se considerando os “donos” das duas shambas que estamos montando, a de melancias e a de árvores. Estão aceitando a responsabilidade de cuidar das áreas e olhando com carinho para o empenho de todos nós em fazê-las produtivas.
É impressionante como vemos esguios alunos magricelos crescerem a cada atividade na shamba. Mesmo quando expostos a atividades com as quais não têm nenhuma intimidade se envolvem, participam e aprendem, com muito mais facilidade do que eu imaginei que aconteceria.

1ª e 2ª séries estão desenhando o crescimento das plantas. Cada aluno recebeu uma folha sulfite dobrada em quatro e a cada semana levamos os estudantes para desenho de observação. Começamos com um lápis de cor para cada estudante, mas planejamos montar grupos e tê-los usando diversas cores em seus desenhos ao longo das quatro semanas.

3ª série escreveu um TANGAZO (anúncio). Temos um senhor que é contratado para andar pelas ruas de Magoma no meio da noite anunciando alguma coisa, que varia de enterros a eleições. Sempre nos divertimos quando o ouvimos bater as panelas e gritar TANGAZO TANGAZO TANGAZO (às vezes às 4h00 da manhã! Quem está em estado consciente para assimilar a informação às 4h00 da manhã?!).
O anúncio da 3ª série diz: “Somos a 3ª série da Escola Primária Kwata. Nós dizemos: é proibido levar animais para a fazenda da escola primária. Muito obrigado” (o gado e as cabras comem as árvores que estão crescendo).
*não contem para ninguém, mas esta atividade realizará um dos nossos maiores desejos em Magoma: contratar o Homem-Tangazo.

4ª série entrevistou senhores e senhoras de Magoma sobre árvores. Crianças não andam em grupos supervisionados em Magoma, grupos de alunos entrevistando pessoas nem pensar. Por isso mesmo foi delicioso ver os grupos se espalhando por diversas áreas da vila e buscando wazee (senhores) e bibis (senhoras) para entrevistar. Cada grupo foi acompanhado por um adulto.

5ª série foi apresentada a seis problemas que devem ser considerados na escolha do melhor lugar para o berçário de árvores que estamos montando. Em grupos, discutiram os problemas e apresentaram sugestões de áreas. A melhor sugestão foi eleita em votação.
Esta atividade consumiu uma hora do nosso tempo não para envolver os alunos, para neutralizar a professora que estava em sala. Ela não conseguia entender que a discussão entre grupos com liberdade, ou que os alunos não nos entregariam nenhum papel no fim da aula. Sua interferência quase nos tirou do sério até que alguns exemplos cotidianos iluminaram nossa explicação.
A atividade acabou sendo muito produtiva e para ser justa com a professora, ela nunca abandonou o barco.

6ª série fez um mapa da shamba, marcando em um mapa que desenhamos previamente onde temos melancias crescendo e qual o tamanho da planta. Nós pensamos que seria difícil explicar esta atividade para as crianças, os mapas eram compridos, com marcações de A a AE. Mas os alunos fizeram um excelente trabalho e entenderam tudo rapidamente.
Esta sala nós simplesmente chegamos à escola e levamos conosco. Não havia professor em nenhum lugar e nosso tempo estava apertado.

O treinamento da semana foi em Manejo de Resíduos com aula prática de compostagem. Foi delicioso ver a 6ª série correndo para checar o andamento da compostagem no dia seguinte ao treinamento.

Os estudantes nos adoram e nós os adoramos também. A cada passo que damos na vila encontramos um estudante nos cumprimentando e muitos nos perguntam animados quando será a próxima atividade para sua série.
Caminhando hoje com Kristina comentamos que após uma semana de atividade todas as crianças de Magoma se consideram nossas amigas. E mais do que nos conhecer, acho que elas sentem que nos possuem.
Considerando que passamos cada hora de nossos dias trabalhando no projeto, caminhando da shamba para a escola, da escola para a shamba e depois para casa para escrever relatórios e preparar atividades para o dia seguinte, estou bem certa de que elas têm razão.

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